Deambulando pela Recosta - parte II


A procura por um local onde deixar o E quando for trabalhar, tem dado comigo em doida e esta procura incessante conduziu-me ao "outro lado da ponte". Assim, de carrinho em punho e de mochila às costas lá fui eu ver se conseguia que o comboio apitasse por estas banda.
O caminho até lá não se pode considerar o melhor, mas tanto eu como o E começamos a estar habituados aos altos e baixos das magníficas calçadas da Verderena. Contudo, eis que nos deparámos com um enorme desafio... Oh, não!!!!!!!!! "A ponte"... (desespero, suor e quase lágrimas)
É que o acesso a esta malvada ponte, para quem leva carrinhos de bébe ou cadeiras de rodas, é feito através de uma rampa com um grau de inclinação inacreditável, e obviamente sem corrimão de suporte. Assim, respirei fundo e empurrei o carrinho com toda a força e garra, ultrapassando a primeira fase do desafio. Muito bem, eu e o E passámos o primeiro nível...
Já em cima da ponte percebi que a dificuldade maior estaria, não no subir, mas no descer e foi aí que a meio da ponte e de olhos postos no precipício me deu vontade de GRITAR...
Mas havia que manter a calma, pois o E dormia tranquilamente...
Quando chegámos ao fim da ponte e perante a tal... aquela... a temível... a rampa...percebi que não podia correr o risco de cair com o carro e com o E lá dentro, por isso, respirei fundo e decidi descer os degrau, com os 6 kilos do E, os não sei quantos kilos do carro e a mochila, em peso.
Lindo... (não percebo por que não fico mais magra)
Mas consegui... Muito bem, mais um nível, agora tinha de ir ver se o E tinha vaga na tal escolinha.
Nada feito, a senhora que nos atendeu até deu um ar da sua graça e teceu uns elogios que todas as mães gostam de ouvir. Para mim própria eu dizia: "É lindo, não é? Vá lá diz que há uma vagazinha para ele." Mas não, nem agora, nem nos próximos anos - disse a senhora com o ar mais simpático do mundo.
Pois bem saí de lá pior do que entrei e nos minutos seguintes, para me consolar, só me restava...NÃO!!!!!!!! A PONTE...

Comentários

Anónimo disse…
MÃE SOFRE!!!!Deixa lá que encontrarás um lugar lindo para o E ficar mas pelos vistos a coisa está difícil...Não entendo como se arranjam as famílias portuguesas a ter depagar preços quase escandalosos para deixar uma criança...É o preço dos tempos que atravessamos.Por mim convocaria todas as mães para uma greve geral ao trabalho e como somos a grande fatia da força de trabalho talvez resultasse e nos dessem mais condições para exercermos as nossas funções de coração tranquilo.Um abraço solidário a ti e a todas as mães que querem o melhor para os seus filhos!
Anónimo disse…
E estes aqui ao pé da minha casa linda, já tentaste?

Beijo

K9
Caganita disse…
De creches, nada percebo que ainda não cheguei lá, mas por acaso sei dum mas é lá pra Palhais, um tal de Gato amarelo ou coisa assim.
Quanto à ponte, essa célebre ponte, fez de mim uma das mais eximias ciclistas da minha altura.
Era ver-me a subir e a descer essas tais rampas de que falas, não sei quantas vezes ao dia.
Belas rampas,belas voltas de bicla, belos tempos (até parece que já sou muito velha).
Mas continua a parecer-me o melhor caminho para passar, apesar de eu não andar carregada com um carrinho desses (graças a deuze).
Beijito
blimunda disse…
paga-se mais por uma creche do que por uma universidade. eu acho é que vou abrir um PPR/E. como as coisas vão quando os nossos filhos forem para a universidade o ensino público já deve estar completamente destruído.

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