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A mostrar mensagens de fevereiro, 2006

Proibido morrer

Já dou aulas há cerca de 7 anos e a primeira turma que tive de enfrentar foi um segundo ano do curso de Técnico de Marketing. Era um grupo difícil, com uma miúda toxicodependente, um hiperactivo, um espanhol (desculpem Basco) contestatário, uma vamp, um que era alvo de gozo de toda a turma, um motard do estilo, um indiano mafioso, um africano complexado e uma miúda que gostava de desafiar, de contestar, mas que até era simpática, a Leonor. Passados alguns meses, durante uma reunião de conselho disciplinar, soube que a Leonor sofria de leucemia e que estava em processo de recuperação, daí algumas das suas faltas por períodos prolongados. Durante esse mesmo ano, a meio do segundo período, o Leonor deixou de ir à escola, pois tinha tido uma recaída. Assim, só ouvi falar dela no Verão quando foi renovar a matrícula, tinha um lenço muito bonito na cabeça e tentava esconder a queda de cabelo, própria de que tem de se submeter a quimioterapia. Em Setembro voltámo-nos a encontrar, numa outra t

"Jazz dormia"

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Passados alguns meses de pausa, o casal M e Evaluna voltaram à Noite Lisboeta. Não que o programa tenha sido muito excêntrico, mas foi magnífico. Fomos ao CCB ver um concerto de Brad Mehldau e da sua banda. Como devem calcular o concerto foi fantástico e o ambiente estava ao rubro, pois fomos presenteados com "pequenas grandes" pérolas do jazz contemporâneo. Ouviram-se versões de Nick Drake, de SoundGarden, de RadioHead, com arranjos bastante compostos, bem como canções originais que fazem parte do novo álbum da banda, que se chama " Day is Done". O nível de descontração foi de tal ordem que acabou por acontecer o mesmo fenómeno de sempre, é que quando vou ver concertos de jazz acabo sempre por dormitar. Não é dormir, pois estou a ouvir perfeitamente a música, mas a entrega é de tal ordem que fico com dificuldade de abrir os olhos, quase como se tivesse a entrar em transe. É certo que acordar às 6 da manhã aniquila qualquer um, mas na verdade a harmonia dos acordes

Um viva às avós

Os ritmos modificaram-se e o casal M e EvaLuna andam exaustos. No meu caso específico, o facto de ter de acordar às 6 da manhã tem dado comigo em doida. É que logo bem cedo tenho de contar com os minutos do pequeno almoço do E e das necessidades fisiológicas da maravilhosa cadela albina. Assim, às 8 e meia da manhã já estou a dizer bom dia aos meus alunos e a fazer um esforço terrível para não deixar escapar um bocejo. De qualquer modo, agrada-me começar a trabalhar cedo, pois por volta do meio dia já tenho a sensação de missão cumprida. Quanto ao E, está com bronquite aguda, pelo que terá de ficar em casa durante 10 dias. Ou seja, pagamos uma pequena fortuna de infantário (ao qual não vai durante 10 dias) e ainda por cima não podemos ir trabalhar durante todo este tempo. Valha-nos a fantástica avó Getty que vai ficar em casa para tomar conta do netinho.